Em uma decisão que reforça o compromisso do Judiciário com o enfrentamento à violência contra a mulher, o Tribunal do Júri da Comarca de Aripuanã condenou, na última sexta-feira, 30 de maio, Adenilson José de Souza a 15 anos de reclusão em regime inicialmente fechado pela tentativa de feminicídio contra sua ex-companheira, Marcilene Oliveira da Silva. O crime ocorreu no ano de 2020, e o julgamento foi presidido pela juíza de Direito Rafaella Karlla de Oliveira Barbosa. 1h1i28
De acordo com os autos, Adenilson atacou a vítima com extrema violência, desferindo múltiplos golpes de faca, que por pouco não resultaram em sua morte. O Conselho de Sentença reconheceu que o crime foi motivado por ciúmes e inconformismo com o fim do relacionamento, configurando tentativa de feminicídio com três qualificadoras: motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Durante a sessão, foram ouvidas testemunhas de acusação e defesa, além do depoimento do próprio réu, que negou a intenção de matar. No entanto, o Ministério Público, representado pelo promotor de Justiça Anderson Lima de Almeida, sustentou a acusação com base nas provas e circunstâncias do crime, sendo a tese integralmente acolhida pelos jurados. A tentativa de desclassificação da acusação, proposta pela defesa, foi rejeitada.
Na sentença, a magistrada ressaltou a gravidade da conduta, especialmente por se tratar de um ato de violência doméstica praticado com arma branca, e negou a possibilidade de substituição da pena por medidas alternativas.
“A violência de gênero não pode ser tolerada. A resposta do Judiciário deve ser firme e proporcional à gravidade do delito”, destacou a juíza na leitura da sentença.
O caso mobilizou a comunidade de Aripuanã e representa mais um marco na luta contra a violência de gênero no município. A pena de 15 anos reforça a mensagem de que crimes cometidos contra mulheres por razões de gênero serão tratados com o rigor da lei.